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Depois disso, ele me perguntou.
— Você já provou do sabor que escapa dos lábios de um homem?
— Sim. — respondi.
— Não, não provou!
— Claro que provei!
— Não. Não provou.
“Quem é ele para me dizer ou não das minhas provas?”
— Claro que provei.
Ele deu a volta e sentou-se ao meu lado. Sorriu antes de dizer isso.
— Eu não estou perguntando se você já beijou um homem.
— Eu sei.
— Sabe, é?
— Sei. E eu já provei do sabor dos lábios de um homem.
Ele não acreditou em mim, nem considerou acreditar. Hesitou antes de dizer isso.
— Não, não provou. Eu poderia dizer que sim, mas privaria você de saber uma verdade.
“Mas é muito arrogante mesmo!”
— Que verdade?
— Que você ainda não sabe o que é provar do sabor que escapa dos lábios de um homem. Você não sabe. Não sabe mesmo.
“Como ele pode ter tanta certeza?”
— E você sabe? — retruquei.
— Eu sei, claro! Sei bem. Já provei muitos lábios, muitos sabores, muitos homens, muitas coisas que escapam.
Era verdade, ele já havia provado. Esperou antes de dizer isso.
— Você gostaria de provar do sabor que escapa dos lábios de um homem?
“Eu quero, eu quero, eu quero provar!”
— Sim, gostaria.
O homem me provocava com eficiência. Sabia dizer o que eu não queria ouvir e, nas mesmas palavras, o que eu queria ouvir, talvez essa fosse a verdade! Falava baixo e limitava-se a curtos gestos, movia-se devagar. Não fazia esforço para me interrogar, nem para me entregar as respostas. Agitava-me, mas ele mesmo parecia quieto, por dentro, quietíssimo, o dono de todo o sossego: quase a paz. Parou de falar, de se movimentar; permaneceu estático por algum tempo, atenção fixa e segura em meus lábios. Isso era o começo.
— Quer mesmo provar?
— Quero! Quero muito! — pedi.
— Então boa sorte! Não é uma prova fácil de se obter, meu caro... Boa sorte!
Ele me disse a verdade, sobre a prova. Levantou-se antes de dizer isso.
— Você já deixou o seu próprio gosto escapar por entre os lábios, para que fosse sorvido pelo desejo de outro homem?
“Que sabor? Que lábios? Que homens?”
LÁBIOS
Depois disso, ele me perguntou.
— Você já provou do sabor que escapa dos lábios de um homem?
— Sim. — respondi.
— Não, não provou!
— Claro que provei!
— Não. Não provou.
“Quem é ele para me dizer ou não das minhas provas?”
— Claro que provei.
Ele deu a volta e sentou-se ao meu lado. Sorriu antes de dizer isso.
— Eu não estou perguntando se você já beijou um homem.
— Eu sei.
— Sabe, é?
— Sei. E eu já provei do sabor dos lábios de um homem.
Ele não acreditou em mim, nem considerou acreditar. Hesitou antes de dizer isso.
— Não, não provou. Eu poderia dizer que sim, mas privaria você de saber uma verdade.
“Mas é muito arrogante mesmo!”
— Que verdade?
— Que você ainda não sabe o que é provar do sabor que escapa dos lábios de um homem. Você não sabe. Não sabe mesmo.
“Como ele pode ter tanta certeza?”
— E você sabe? — retruquei.
— Eu sei, claro! Sei bem. Já provei muitos lábios, muitos sabores, muitos homens, muitas coisas que escapam.
Era verdade, ele já havia provado. Esperou antes de dizer isso.
— Você gostaria de provar do sabor que escapa dos lábios de um homem?
“Eu quero, eu quero, eu quero provar!”
— Sim, gostaria.
O homem me provocava com eficiência. Sabia dizer o que eu não queria ouvir e, nas mesmas palavras, o que eu queria ouvir, talvez essa fosse a verdade! Falava baixo e limitava-se a curtos gestos, movia-se devagar. Não fazia esforço para me interrogar, nem para me entregar as respostas. Agitava-me, mas ele mesmo parecia quieto, por dentro, quietíssimo, o dono de todo o sossego: quase a paz. Parou de falar, de se movimentar; permaneceu estático por algum tempo, atenção fixa e segura em meus lábios. Isso era o começo.
— Quer mesmo provar?
— Quero! Quero muito! — pedi.
— Então boa sorte! Não é uma prova fácil de se obter, meu caro... Boa sorte!
Ele me disse a verdade, sobre a prova. Levantou-se antes de dizer isso.
— Você já deixou o seu próprio gosto escapar por entre os lábios, para que fosse sorvido pelo desejo de outro homem?
“Que sabor? Que lábios? Que homens?”
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