o que eu sei sobre o primeiro capítulo
O que eu sei sobre o primeiro capítulo é que não funcionam como textos. São úteis, ótimos começos, mas acabo por descartá-los. Não são dos leitores, senão de mim.
No entanto, é preciso escrevê-los. Sem eles, é impossível tirar um livro de si mesmo. Não tem a ver com o início, até porque uma história não nasce do princípio, mas da origem. Criam-se, primeiramente, os desejos e seus hospedeiros. Pode-se começar pelo capítulo final, pelo meio, pela peripécia, pela morte. Porém, somente o primeiro capítulo, que não vai sobreviver, permite que aquela aventura seja fixada no tempo: lógica mitológica.
O primeiro capítulo é, por vezes, o fim. É o vestígio de que algo aconteceu, de que uma página foi, é, será impressa. Então o inscrevo em uma história que já existe, apago suas palavras, e trabalho muito para dar luz ao que virá.
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