BACH

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BACH


Ouço Bach para organizar a vida, é verdade. Horas e mais horas, sem critério. Atento ou desatento, preparado ou despreparado, até alcançar uma sensação sem nome, a qual ouso chamar de organização. Não é equilíbrio, veja bem.

Os sonhos voltam para o espírito.
As preguiças se concentram ao redor dos olhos.
O sangue para de incomodar o fígado.
Os rancores amortecem as fidelidades, as crenças ultrapassam os medos.
A eletricidade apaga as memórias impertinentes.
A vontade, finalmente, parece plausível.

Eu, apenas como tônico para permanecer vivo, ouço suítes para violoncelos aos domingos. No silêncio que se sucede, proclamo esperançoso em audível voz:

“O amor sobrevive, ao final das contas".





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